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Cautelosos, políticos evitam comentar reportagem da revista "Carta Capital"

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A reportagem da revista Carta Capital com os registros de um possível pagamento do Mensalão Tucano ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, repercutiu de forma diferente entre os políticos.

A matéria, como mostrou o Jornal do Brasil (Revista mostra registros de pagamento a Gilmar Mendes pelo mensalão do PSDB) apresenta a provável contabilidade do Caixa 2 da campanha de re-eleição do então governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998. Na relação de pessoas beneficiadas está o nome do ministro Mendes, na época Advogado Geral da União (AGU). Há apenas o registro, sem nenhuma outra prova de que o pagamento foi efetivamente feito.

Este detalhe foi lembrado por alguns parlamentares que preferiram não fazer o comentário publicamente: "ali existe um registro, sem prova de que houve ou de que não houve o pagamento", ressaltou um deputado federal pelo Rio de Janeiro. De uma maneira em geral, os políticos procuraram ser cautelosos, mas alguns oposicionistas aproveitaram para continuar batendo no PT. 

Foi o caso do deputado da oposição Rubens Bueno (PR). líder do PPS na Câmara. Ele acredita que a acusação é apenas um "arranjo do PT para desviar as atenções do julgamento do mensalão do partido".  

"O PT é tropa de nazista, ele fazem lavagem cerebral, se utilizam de todos os meios lícitos e ilícitos para atingir pessoas", acusou.  

O senador Pedro Simon (PMDB/RS) assustou-se ao ouvir a notícia, mas não quis se manifestar até ler a reportagem. O também senador Cristovam Buarque (PDT/DF) reagiu da mesma forma, por desconhecer o teor da publicação. Mas, segundo disse, "se isso for verdadeiro, é uma catástrofe para as instituições brasileiras, pois põe em cheque um dos três pilares da Constituição Federal".

Randolfe Rodrigues, senador do Amapá pelo PSOL, mesmo desconhecendo a integra do que foi publicado, entende que "o ministro deve prestar explicações, não deve ignorar nenhuma acusação, nenhum agente publico pode se omitir de acusações. É necessário um esclarecimento”. 

Quem também se pronunciou sobre o caso foi o deputado Miro Teixeira. Ele, porém, previu momento turbulentos nos próximos dias, dada a aproximação do julgamento do Processo do mensalão: “Nós estamos entrando em período que não é para quem tem nervos fracos”.

Mensalão do PT

No próximo dia 2 começa o julgamento do mensalão. Um dos principais réus no caso é o ex-ministro José Dirceu, acusado de organizar o esquema, que distribuiria dinheiro a parlamentares em troca de votos. Porém, quando procurado pelo Jornal do Brasil, o seu advogado, José Luis Mendes, não quis se manisfestar sobre o caso. 

O Jornal do Brasil tentou contato com o Supremo Tribunal Federal de manhã e à tarde e com a Procuradoria Geral da República, mas não houve resposta até o fechamento desta reportagem.