ASSINE
search button

DF: Deputada teme esvaziamento de CPI da Arapongagem

Compartilhar

A criação de um grupo de delegados da Polícia Civil, instalado por decreto do governador Agnelo Queiroz (PT-DF) para investigar as denúncias de escutas ilegais no governo do DF foi criticada pela deputa distrital e integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Arapongagem, Celina Leão (PSD).

"Com a CPI para ser instalada, vejo isso (a criação do grupo de delegados) como uma forma de esvaziar os trabalhos da comissão. O que seria correto era a Polícia Civil trabalhar junto com os deputados que fazem parte da comissão de inquérito", declarou a deputada.

O grupo especial de trabalho foi oficializado ontem no Diário Oficial do Distrito Federal. A função dos componentes da equipe será acompanhar investigações policiais e reunir informações sobre a prática de crimes contra a administração pública e acessos ilícitos à comunicação e dados eletrônicos.

Rumos da Comissão

A CPI deve se reunir na próxima terça-feira para definir o presidente e relator dos trabalhos. Celina Leão, que confirmou a candidatura a um dos cargos, teme dificuldades no desenvolvimento das investigações, uma vez que a base de apoio ao governo será maioria - quatro dos cinco deputados que fazem parte da comissão.

"Se a Câmara Legislativa fizer isso, compromete sua imagem diante do povo. Se os parlamentares se negarem (a participar) eles estão dando um atestado de culpa", enfatizou Celina Leão

A preocupação encontra respaldo nas declarações feitas pelo líder do PT na Câmara Legislativa, deputado Chico Vigilante. Para ele, a CPI "não tem poderes, não têm mecanismos e não têm meios de promover a investigação. A polícia é que têm mecanismos para promover e é ela quem deve fazer a investigação", afirmou.

A afirmação não chega a ser surpresa, dada a dificuldade para a instalação da comissão. Os petistas temem que a investigação desgaste Queiroz, que teve assessores gravados em conversas registradas pela Polícia Federal, nas quais discutem com pessoas ligadas à Construtora Delta, empresa que tem contrato para recolhimento do lixo no DF e é acusada de ter ligações com o empresário suspeito de comandar esquema de jogos ilegais, Carlinhos Cachoeira.