A Polícia Civil de São Paulo informou na tarde desta terça-feira (29) que investiga outras possíveis mortes do ex-policial militar Cirineu Carlos Letang da Silva, 47 anos. Ele estava em liberdade após 18 anos de prisão quando foi preso nesta manhã por suposta participação em mais um caso. Ele negou as acusações em depoimento à polícia.
Indiciado pela morte de um travesti em maio, ele ficou conhecido nos anos 1990 como "matador de travestis" devido à condenação por seis assassinatos. Acredita-se que ele possa ser o autor de casos semelhantes. "Vamos investigar em pontos dos bairros Tatuapé, Ipiranga, Lapa e Perdizes/Barra Funda", declarou o delegado Maurício Guimarães Soares.
De acordo com as investigações, o "modus operandi" era sempre o mesmo. "Basicamente, o padrão de abordagem era procurar a vítima como cliente, simular um desentendimento e atirar à queima-roupa em plena rua", disse o delegado Antônio Carlos Desgualdo. Por ser ex-policial militar, Cirineu deve ficar separado dos outros presos na penitenciária.
No caso mais recente, o ex-PM matou Alison Pereira Cabral, 23 anos, nas proximidades de um conhecido ponto de prostituição na rua Edgar Teotônio Santana, bairro da Barra Funda. Testemunhas do crime reconheceram o "matador de travestis" e detalhes estão sendo mantidos em sigilo para preservá-las. O suspeito foi preso em casa, na zona norte da capital, onde morava com a mulher e dois filhos.
MemóriaLetang foi condenado em 15 de março de 1995 a 44 anos e 4 meses de prisão pelas seis mortes de travestis. Sua expulsão da Polícia Militar foi durante o processo criminal. Ele enfrenta ainda na Justiça outro procedimento pela participação no chamado massacre do Carandiru, em outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos pela polícia paulista na repressão de uma revolta.