O corpo do motorista de ônibus Edmilson dos Reis Alves, que completaria 60 anos nesta terça-feira, foi enterrado sob forte emoção no cemitério da Vila Alpina, Zona Leste da capital paulista, nesta manhã. Alves foi morto na noite de domingo após passar por mal e bater o veículo que dirigia em carros que estavam estacionados e atropelar uma pessoa.
Um grupo que estava em um baile funk perto do acidente agrediu Alves, que chegou morto ao hospital. Os agressores imaginaram que o motorista estivesse bêbado, o que foi descartado em sua autópsia.
Minutos antes do enterro, cerca de 300 pessoas que acompanharam o velório cantaram "Parabéns a você" para marcar o aniversário da vítima. O caixão foi coberto pela bandeira do Palmeiras, time de coração do motorista.
Adriano Alves, filho do condutor, disse que o pai pretendia fazer um churrasco no próximo domingo para a comemoração do aniversário durante a partida entre Corinthians e Palmeiras, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de futebol.
"A ideia era acompanharmos o jogo juntos. Meu pai só sabia trabalhar. Eu também sou motorista e tinha ele como espelho. Não sei mais como olhar para o ônibus sabendo que eu perdi o espelho. É difícil acreditar que eu perdi o meu velhinho", disse.
O filho afirmou esperar que as notícias veiculadas pela imprensa sobre a morte de seu pai encorajem as testemunhas do espancamento a denunciar os agressores.
"O que a gente quer é que haja Justiça. Quem viu o que aconteceu, que denuncie. Hoje em dia, muita gente faz foto, vídeo com celular. É importante que as pessoas que fizeram isso com o meu pai sejam punidas", disse.
Durante o enterro, familiares pediram também que o caso não caia no esquecimento, cobrando das autoridades Justiça "severa e rígida".