A estratégia do ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, de pedir apoio ao PCdoB pessoalmente para as eleições do próximo ano desagradou à cúpula do PT paulistano. Dirigentes do partido avaliam que Haddad errou ao marcar um jantar na quarta-feira (23), em Brasília, com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e com o ex-ministro do Esporte Orlando Silva. O encontro não foi positivo para o petista.
Rabelo e Silva afirmaram que o PCdoB irá lançar o vereador Netinho de Paula como candidato à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD). "Haddad tinha que ter mandado um emissário para preparar o terreno. Ir pessoalmente foi um erro", avaliou um cacique do PT.
A avaliação é a de que Haddad lançou mão de uma investida direta muito cedo e acabou valorizando o passe do PCdoB. O partido foi aliado do PT nas três últimas eleições municipais em São Paulo e a maior parte dos petistas não acredita que os comunistas terão um candidato próprio à Prefeitura.
Saia justa
Outra situação da qual o ministro Fernando Haddad não saiu confortável foi a convenção estadual do nanico Partido Humanista da Solidariedade (PHS), no último domingo (20). O pré-candidato do PT foi convidado para uma palestra e, quando chegou ao local do evento, na Assembleia Legislativa de São Paulo, deu de cara com uma homenagem ao governador tucano Geraldo Alckmin e ficou bastante irritado.
Mais uma vez, petistas ligados ao ministro não gostaram da agenda. Segundo eles, é necessário fazer reuniões com partidos grandes, como PDT e PR, tradicionais aliados do PT em São Paulo, antes de abordar os menores para pedir apoio. "E, mesmo assim, é preciso enviar emissários às reuniões, e não o próprio candidato. Pelo menos nesse primeiro momento", finaliza um petista.