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Prefeitura de SP gasta até R$ 3 milhões por ano para reaver dinheiro desviado

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Reaver o dinheiro da corrupção enviado para o exterior tem um custo alto, sem retorno garantido e pode demorar anos. É o que mostra a experiência da prefeitura de São Paulo, iniciada em 2004. A cada ano, o município pode ser obrigado a gastar até 1,08 milhão de libras esterlinas (aproximadamente R$ 3,05 milhões) em honorários com advogados internacionais que o representam nos processos em curso na Justiça britânica. 

O objetivo é "localizar, bloquear, recuperar e repatriar" US$ 344 milhões desviados durante as gestões dos ex-prefeitos Paulo Maluf (entre 1993 e 1997) e Celso Pitta (de 1997 a 2001). A quantia investida é praticamente a mesma que voltou ao Tesouro Municipal até agora: apenas R$ 2,8 milhões em processo no qual, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), o hoje deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) é réu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O valor de R$ 3 milhões corresponde ao teto anual de gastos que a Procuradoria-Geral do Município (PGM) está autorizada a fazer com pagamento de advogados. Ele foi publicado no dia 5 no Diário Oficial da Cidade. 

A prefeitura pagará até R$ 254 mil mensais ou cerca de R$ 1 mil por hora de trabalho do escritório Lawrence Grahan LPP, com sede em Londres. Quem trabalha no caso é sócio da empresa, Andrew Witts, especializado em fraudes internacionais. A empresa foi contratada no fim de 2004, depois que a Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos, da qual a PGM faz parte, firmou convênio com a Advocacia Geral da União (AGU). 

A sociedade de advogados representa a União e o município na Justiça britânica, sobretudo, na Corte da Ilha de Jersey, no Canal da Mancha, onde bens supostamente pertencentes a Maluf e a seus familiares foram bloqueados pelo Judiciário local. O deputado nega ter contas no exterior e, segundo sua assessoria de imprensa, não comenta o caso.