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Lupi consegue apoio do PDT e usa MPF para se eximir de denúncias

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O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi (PDT), conseguiu nesta terça-feira apoio da cúpula da Executiva pedetista e da ampla maioria dos diretórios regionais para permanecer no governo como auxiliar da presidente Dilma Rousseff (PT). 

Responsável por comandar uma pasta suspeita de ter desvios de recursos públicos em convênios de capacitação profissional, Lupi teve de se explicar no Congresso após ter utilizado um avião de um empresário para cumprir agenda pública em municípios do Maranhão.

Ele teria mentido ao negar que viajara ao Maranhão a bordo de um avião providenciado pelo diretor de uma organização não governamental que detém contratos milionários com o Ministério do Trabalho. A aeronave para que o ministro cumprisse agenda oficial em sete municípios maranhenses teria sido providenciada por Adair Meira, que controla ONGs com contratos de cerca de R$ 14 milhões com a pasta.

Na noite desta terça, em Brasília, Lupi utilizou como defesa junto aos correligionários o fato de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ter afirmado não ver indícios de irregularidades dele no Ministério do Trabalho. Dentre os parlamentares, apenas o senador Pedro Taques (PDT-MT) e o deputado José Antonio Reguffe (PDT-DF) defenderam abertamente o afastamento do ministro do governo. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), também favorável à saída do ministro, não compareceu à reunião.

"A maioria absoluta do partido reitera apoio ao ministro Lupi. Não tem nenhum deslize moral ou ético que justifique sua saída. Não há nenhum ato falho por parte do ministro. Não tem cogitação de substituição do ministro. Tirar é uma confissão de uma dívida que não temos", disse o líder pedetista na Câmara, Giovani Queiroz (PDT-PA).

"De uma maneira muito uniforme o PDT ratifica o apoio ao ministro Lupi, a confiança que depositamos nele pela sua longa história, pelo seu compromisso partidário. Colocamos claramente que a presidente Dilma tem o nosso apoio, independentemente de cargos que ocupemos ou que venhamos a ocupar. O PDT não está no governo da Dilma por cargos", disse o presidente em exercício do partido, André Figueiredo (PDT-CE). "Não cabe ao PDT dizer se fica ou não no governo. A quem cabe é a presidente Dilma porque o cargo é de confiança dela."

Antes da reunião do PDT, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), chegou a sugerir que os insatisfeitos com a permanência de Lupi no governo, como Taques e Reguffe, deixassem a bancada do partido no Congresso. Diante de pedetistas, no entanto, o sindicalista voltou atrás e disse que sua pressão foi resultado de um "momento de nervosismo".

"Mantive minha posição de que os fatos são graves e merecem investigação. O tempo do Ministério Público é outro, mas acho que politicamente o PDT deveria sair do ministério", disse o senador Pedro Taques, voto vencido na reunião da executiva partidária.