A escolha de um novo ministro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deflagrou uma guerra de lobbies de partidários dos integrantes da lista tríplice levada à presidente Dilma Rousseff. O mais aberto parte do presidente do tribunal, ministro Ari Pargendler, que é cunhado de uma das candidatas, a desembargadora Suzana Camargo, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, com sede em São Paulo. Suzana foi a terceira colocada na lista tríplice enviada a Dilma, atrás dos desembargadores Néfi Cordeiro, do TRF da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, e Assusete Magalhães, do TRF da 1ª Região, com sede em Brasília. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Pargendler, que é casado com a irmã de Suzana Camargo, tem acompanhado a desembargadora em um périplo por gabinetes de deputados e senadores, em busca de respaldo político à nomeação. Apesar de a escolha caber a Dilma, a presidente costuma ouvir interlocutores antes de tomar a decisão. A intenção é que os apoios credenciem os candidatos junto a esses conselheiros, entre os quais o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. A atuação de Pargendler incomoda membros da corte. Dois ministros disseram ao jornal, reservadamente, que se sentem constrangidos. Suzana só integrou a lista tríplice em segundo escrutínio. Na primeira votação do pleno do STJ, com 29 ministros, teve 14 votos, menos que o mínimo de 17 necessários. A assessoria do STJ e do TRT da 3ª Região informaram que Pargendler e Suzana, respectivamente, não poderiam se manifestar por estarem viajando.