O motorista que atropelou e matou uma mulher e sua filha na zona oeste de São Paulo no dia 17 de setembro, após o veículo que dirigia invadir a calçada do Shopping Villa-Lobos, na Marginal Pinheiros, teve a prisão relaxada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Conforme a decisão do juiz Emanuel Brandão Filho, o auxiliar bibliotecário Marcos Alexandre Martins está livre do pagamento de fiança, mas terá que cumprir outras medidas. Ele responderá por homicídio doloso (quando o autor tem a intenção ou assume o risco de matar alguém).
Enquanto aguarda as investigações do acidente e futuro processo judicial, Martins está proibido de dirigir, deve comparecer a cada trimestre em juízo para informar e justificar suas atividades, não poderá acessar ou frequentar bares, boates e outros locais onde são comercializadas bebidas alcoólicas, está proibido de se ausentar da Comarca, salvo expressa autorização do juízo, e deverá ficar recolhido em sua casa à noite.
Miriam Afife José Baltresca, 58 anos, e sua filha Bruna Baltresca, 28 anos, andavam pela calçada da marginal Pinheiros na altura do Shopping Villa-Lobos quando foram atingidas pelo Golf dirigido por Marcos Alexandre Martins. O choque foi tão violento que peças e acessórios do carro foram arremessados a uma longa distância - o motor chegou a ser retirado do seu compartimento. O ponteiro do veículo parou marcando 100 km/h. Na pista local da marginal, o limite é de 70 km/h.
Um bombeiro que atendeu o auxiliar afirmou que o homem aparentava sinais de embriaguez e cheirava a bebida alcoólica. No Hospital São Luiz, para onde ele foi levado, os médicos fizeram a mesma descrição ao delegado plantonista, que solicitou coleta de sangue para exame de embriaguez. Depois de receber alta, o homem foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização do exame.
O delegado plantonista considerou haver provas suficientes para indicar que o motorista teve a intenção de provocar o acidente, já que assumiu o risco ao ingerir bebida alcoólica e dirigir em alta velocidade.