O ex-ministro Alexis Stepanenko, que durante o governo Itamar Franco ocupou as pastas do Planejamento e das Minas e Energia, lembrou da fama de "pão-duro" do ex-chefe e afirmou que a decisão da família em não utilizar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar o corpo é muito coerente com a vida que ele teve.
"Ele era pessoa de mão fechada. O Itamar era muito econonômico e fazia as coisas por ele mesmo, não dependendo do erário público. Era uma pessoa muito preocupada com os custos e as despesas. A decisão da família foi muito coerente com a vida que ele teve", disse.
Para Stepanenko, o primeiro legado político que Itamar deixa foi "recuperar a governabilidade, a crença, depois de tantos choques econômicos. Foi um presente de Deus. Ele conversava com todos. Recebeu sindicalistas, falava com Lula e Brizola...", disse.
O ex-ministro também disse que Itamar foi o primeiro presidente que acabou com a inflação e que tinha certeza de que ele iria se posicionar de forma decisiva em relação à Reforma Política no Senado. "Certamente ele ia colocar obstáculos", afirmou.
Stepanenko foi ao Hospital Albert Einstein neste sábado quando soube da morte de Itamar, que tinha 81 anos. O ex-presidente estava em tratamento contra uma leucemia e contraiu uma pneumonia. Ele morreu às 10h15 de hoje, após sofrer um acidente vascular cerebral.