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PSDB realiza convenção para eleger executiva

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BRASÍLIA - O PSDB se reúne neste sábado em Brasília para eleger o novo diretório nacional e a executiva da sigla. A escolha acontece diante das divisões entre o grupo ligado ao senador Aécio Neves (MG) e os aliados do ex-governador de São Paulo José Serra. Apesar disso, membros da agremiação acreditam que a convenção possa servir para unir os tucanos.

Para o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), se o partido "souber resolver suas divergências vai sair fortalecido" da convenção. O senador disse que o partido deve ter espaço tanto para a disputa, quanto para o entendimento, de forma a acomodar todas as forças políticas.

Já o secretário de Minas e Energia de São Paulo, o ex-deputado federal José Aníbal, afirmou que o PSDB precisa administrar "com unidade e com convergência a disputa interna". Ao comentar a situação do ex-governador de São Paulo e ex-candidato à Presidência da República José Serra, disse que ele é uma "liderança nacional, independentemente da posição que esteja ocupando".

Um dos impasses é em relação ao cargo de secretário-geral, estratégico para a montagem das candidaturas para as eleições de 2014, que teriam Aécio como aspirante a candidato à Presidência da República. Seus aliados teriam a preferência pela manutenção do deputado mineiro Rodrigo de Castro na secretaria, enquanto o grupo de Serra defenderia outra indicação.

Desde sexta-feira, Aécio, Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, estariam reunidos em Brasília para resolver a questão da divisão do partido. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estaria acompanhando as negociações.

A previsão é que uma chapa única para o diretório e para a executiva reconduza o atual presidente, deputado Sérgio Guerra (PE), para mais um mandato. Na Executiva nacional, entre os integrantes que podem ser substituídos, está o presidente do Instituto Teotônio Vilela, Luiz Paulo Vellozo Lucas, que retornou aos quadros do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Crise na oposição

Depois da derrota nas eleições presidenciais de 2010, a oposição enfrenta uma crise marcada por rachas internos e a possível fusão de PSDB e DEM. O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso afirmou que há conversas sobre a união das duas legendas, mas que são "preliminares". Para o senador Aécio Neves (PSDB), as reuniões com o DEM para a definição das candidaturas nas eleições municipais de 2012 devem começar o quanto antes. Aécio, no entanto, descartou uma fusão das duas siglas.

Na capital paulista, sete vereadores haviam anunciado saída do PSDB, mas Adolfo Quintas voltou atrás e foi nomeado secretário-geral do PSDB municipal. Segundo o grupo dissidente, a decisão foi tomada em razão da dificuldade de diálogo com a nova cúpula do partido no município, presidido por Julio Semeghini. Em convenção do PSDB paulista, José Serra admitiu a crise, inclusive "em nível federal", enquanto o governador Geraldo Alckmin preferiu dizer que "há fragmentações".

Ao mesmo tempo, o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, deixou o DEM e iniciou um processo de criação de um novo partido - o PSD - que ganha força com a adesão de outros políticos descontentes dentro da oposição. Entre eles estão o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, o governador do Amazonas, Omar Aziz, o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, a senadora Kátia Abreu, e o ex-candidato a vice-presidente na chapa de Serra, Indio da Costa. Quanto à orientação do PSD, Kassab disse que será "independente".