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PM filma Marcha da Liberdade e diz: usaremos meios necessários

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SÃO PAULO - Sob os olhares de 250 policiais militares, dispostos em um intimidador cordão de isolamento e espalhados ao redor do Museu de Arte de São Paulo (MASP) - na Avenida Paulista -, cerca de de 1,5 mil manifestantes se preparam para a Marcha da Liberdade. Vetada pela Justiça na sexta-feira à noite, a manifestação é uma resposta à violência da polícia no sábado passado.

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Apesar da criticada atuação no protesto anterior, a PM adianta que se for necessário não abre mão das bombas de gás lacrimogêneo. - Usaremos todos os meios necessários - adianta o capitão José Carlos de Brito.

Conforme informa o capitão, "se a manifestação for somente pela liberdade de expressão, a intenção é só acompanhar". E complementa: "Nossos homens foram orientados a coibir qualquer manifestação de incentivo ao crime". Crime, para o coronel, são cartazes, camisetas, qualquer coisa que faça, segundo ele, "alusão ao crime". - Vamos agir como sempre atuamos durante as manifestações - diz, evasivo, o coronel Brito.

Ele acrescentou que a "função é oferecer segurança e evitar acidentes, porque as pessoas se exaltam um pouco e esquecem como é o trânsito de São Paulo". Os manifestantes estão sendo filmados por policiais, que se posicionaram na escadaria do Museu. Margaridas e balas são distribuídas aos presentes e faixas com palavras de ordem pela livre manifestação foram dispostas no vão livre do MASP.

Fernando Bizarri, 32, arquiteto dá a sua opinião: "Vejo esse tipo de repressão à liberdade de expressão como algo sistemático e contra tudo que se oponha aos grupos que financiam o governo do Estado e suas campanhas eleitorais. Eles sobrepõem os interesses dos grandes grupos aos da população.

Grupos LGBTs também estavam presentes, pedindo a criminalizarão da homofonia. Luis Arruda, 34, participa da Frente Paulista Contra Homofobia: "É uma marcha pela liberdade, portanto, queremos a liberdade de manifestar a nosso amor e sexualidade, como qualquer outro cidadão".

O escritor Marcelo Rubens Paiva criticou o cordão de isolamento feito pelos policiais. "Isso me fez lembrar as passeatas dos anos 70. Ridículo. É para intimidar".  - Temos que nos unir contra a falta de liberdade de expressão, e contra manifestações autoritárias e abusivas. Temos que ficar atentos.