O Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, negou na tarde desta quinta-feira, em São Paulo, que a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos diálogos para contornar a crise política ligada a denúncias contra Antonio Palocci seja um sintoma da fraqueza do governo Dilma. Segundo Mercadante, Lula é uma "liderança fundamental" do PT e é solicitado em qualquer circunstância. "Todo mundo quer falar sempre com Lula", disse o ministro.
A declaração foi dada no seminário Brasil do Diálogo, da Produção e do Emprego, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e centrais sindicais.
O ex-presidente viajou a Brasília, onde se reuniu com senadores do PT na tarde de terça-feira e com a presidente Dilma Rousseff, à noite. Ele pediu aos parlamentares que se unam em defesa de Palocci, alvo de denúncias sobre evolução patrimonial. "O pedido do (ex-presidente) Lula foi para que estejamos unidos em defesa de Palocci que é uma pessoa importante na administração da presidente Dilma Rousseff e que certamente saberá explicar todo e qualquer procedimento que aconteceu com esses episódios", disse o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ao fim do encontro.
Há cerca de 10 dias, o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem em que afirma que o patrimônio de Palocci se multiplicou por vinte nos últimos quatro anos. A oposição protocolou representações contra o ministro e recolheu assinaturas para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito no Senado, enquanto a base aliada tentou blindar Palocci. Em declarações à imprensa, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse considerar que o ministro já prestou os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes.