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ABGLT: vídeo mostrado a Dilma não é do kit anti-homofobia

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Os vídeos que motivaram a suspensão do kit anti-homofobia do Ministério da Educação pelo Executivo não têm ligação com o projeto, afirma o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT), Toni Reis.

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Reis contou ao Terra Magazine que o material apresentado a presidente Dilma Rousseff era antigo, direcionado a adultos e confeccionado com o propósito de tratar de temas como prostituição e redução de danos para usuários de drogas.

Nesta quarta-feira (25), ao anunciar o cancelamento do projeto "Escola Sem Homofobia", o secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, declarou que Dilma havia considerado os vídeos inadequados.

- Creio estar havendo um grande equívoco, uma vez que os materiais apresentados à presidente pelos homofóbicos mal intencionados não eram do kit. Parece que estamos revivendo o segundo turno da campanha eleitoral presidencial de 2010 - afirmou, numa alusão às pressões dos religiosos aos então presidenciáveis para que se posicionassem contrários ao aborto.

"Quero ressaltar enquanto integrante de uma das organizações idealizadoras do kit, que o mesmo não contém cenas de sexo explícito, nem sequer um beijo e não foi editado nenhum material do kit com a logomarca do governo federal", acrescenta.

Foi justamente este detalhe, a logomarca, que chamou a atenção de Reis. "Aí que pegamos o erro. Penetração anal, sexo oral, vaginal. Sem dúvida não é um material para distribuir em escolas. Sou professor, meu doutorado é em educação e homofobia. Eu vetaria se fosse presidente", argumenta, lembrando que o kit passou pelo crivo da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco), Conselho Federal Psicologia, Procuradoria Geral da República, Ministério Público, entre outros.

-Não precisamos de um país onde haja guerra santa. Temos que ser éticos. Nunca vi um material ser tão discutido. Está parecendo uma quadrilha de aloprados homofóbicos que não têm o que fazer. Deveriam se preocupar com pobreza, por exemplo - critica.