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Tentativa da oposição de ouvir Palocci no plenário fracassa

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Brasília - Depois da manobra governista para cancelar as reuniões desta quarta-feira nas comissões em que poderiam ser votados requerimentos convocando o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, a oposição decidiu agir diretamente no plenário da Câmara dos Deputados. Mas a tentativa não surtiu o efeito esperado pela oposição.

DEM e PSDB apresentaram requerimentos para que o ministro explique a evolução de "atípica" de seu patrimônio aos parlamentares. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo do último domingo, o político aumentou seu patrimônio em 20 vezes em um período de quatro anos.

O primeiro requerimento rejeitado (por 72 votos a favor, 266 contra e oito abstenções) foi o que defendia a convocação de uma sessão extraordinária exclusivamente para tratar da polêmica envolvendo Palocci. Em seguida, em votação simbólica, foi rejeitado requerimento de convocação do ministro para ser ouvido em plenário, o que prejudicou o outro requerimento, que tratava do mesmo assunto.

A oposição também tentou aprovar a convocação do ministro na Comissão de Agricultura na manhã desta quarta, mas não conseguiu porque o início da ordem do dia no plenário, que permite a votação de matérias, obrigou a suspensão da reunião.

O requerimento na comissão havia sido apresentado para que Palocci falasse sobre Código Florestal e a tentativa de aprová-lo ocorreu depois que as reuniões das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Finanças e Tributação foram canceladas.

Cancelamento que ocorreu, segundo informação publicada na página da Comissão de Fiscalização e Controle, por conta "da convocação da sessão extraordinária da Câmara" para o mesmo horário da reunião. Mas que foi considerada "arbitrária" pela oposição, que queria a discussão dos requerimentos enquanto não houvesse quórum para votação em plenário. "Se o governo tem maioria, que ganhe no voto. Mas não queira ganhar no W.O", reclamou o líder do DEM, ACM Neto.

Defesa

O governo saiu em defesa do ministro depois da publicação da reportagem. Na segunda-feira, o presidente da Comissão de Ética da Presidência, Sepúlveda Pertence, disse que a comissão não investigaria o ministro. "Se chegar alguma coisa concreta à comissão, que envolva falsidade nas informações prestadas, aí sim, a comissão tem o que fazer. Por hora, não está na área de atuação da comissão investigar só por si a fortuna dos ministros de estado ou a pobreza dos ministros de Estado."

No mesmo dia, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, considerou o assunto "encerrado". Na terça, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que considera o caso "página virada". Ainda na terça, em mensagem dirigida a deputados e senadores, a Casa Civil justificou a evolução de patrimônio lembrando que, como ex-ministro da Fazenda, Palocci adquiriu uma "experiência única" que valoriza profissionais de consultoria o mercado.