SÃO PAULO - O corpo do ex-vice-presidente da República José Alencar deixou o Hospital Sírio-Libanês, no centro de São Paulo, às 7h05 desta quarta-feira. Escoltado por batedores da Polícia Militar e homens do Exército, o caixão segue para o Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, de onde partirá para Brasília em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
O cortejo é acompanhado pelo governador Geraldo Alckmin, que chegou ao hospital às 6h20. "Viemos trazer à família (de Alencar) o sentimento de São Paulo, as nossas condolências, nossas orações. O Zé Alencar era um mineiro que amava muito São Paulo, que lembrava sempre que era um paulista de Muriaé (cidade mineira onde o ex-vice-presidente da República nasceu). Viemos trazer o nosso sentimento e carinho. Nossa despedida a um grande brasileiro", disse Alckmin na chegada.
Na capital federal, a previsão é de que o velório de Alencar seja aberto à população às 10h30, no Salão Nobre do Palácio do Planalto, depois de ser recepcionado pelo presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), na Base Aérea de Brasília. O corpo receberá honras militares e seguirá em cortejo pelas principais ruas de Brasília em um carro do Corpo de Bombeiros.
Alencar enfrentava câncer desde 1997
O empresário mineiro e ex-vice-presidente da República José Alencar morreu às 14h41 desta terça-feira, aos 79 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com nota oficial da instituição, Alencar morreu em decorrência de câncer e falência de múltiplos órgãos. Ele lutava contra a doença desde 1997. Ao todo, foi submetido a 17 cirurgias nos últimos 13 anos.
O ex-vice-presidente foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na segunda-feira, com um quadro de suboclusão intestinal, em "condições críticas". Ele havia recebido alta em 15 de março, após uma internação de mais de um mês na instituição devido a uma peritonite (inflamação da membrana que reveste a cavidade abdominal) por perfuração intestinal.
Alencar nasceu em 17 de outubro de 1931 em um povoado às margens de Muriaé, cidade de 100.063 mil habitantes no interior de Minas Gerais. Ele era casado com Mariza Campos Gomes da Silva, com quem teve três filhos.
Em 1967, em parceria com o empresário e deputado Luiz de Paula Ferreira, fundou, em Montes Claros (MG), a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), hoje um dos maiores grupos industriais têxteis do País. Estabelecido no setor empresarial, candidatou-se para o governo de Minas em 1994 e, em 1998, conquistou uma vaga no Senado Federal por Minas Gerais. Elegeu-se vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, tendo sido reeleito junto com o petista em 2006.