O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) a lista completa dos processos relacionados aos gastos feitos com cartão corporativo da Presidência da República nos últimos 10 anos. Os dados sobre os usos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e da Presidência da República não são divulgados sob a justificativa de serem de "proteção da sociedade e do Estado", segundo informa a ONG Contas Abertas.
O pedido do MPF foi feito ao TCU em dezembro de 2010 e ainda não foi apreciado pelos ministros da corte por causa do recesso. De acordo com as ultimas auditorias realizadas pelo tribunal, foram identificados gastos com café, açúcar, produtos de limpeza e de escritório, colocados em sigilo. Segundo o TCU, parte dos gastos apresentados como secretos não se justificam como tal.
"A natureza dos gastos se repete no decorrer dos meses, estando relacionada a hospedagem, alimentação, combustível, material de expediente, de limpeza, serviços de telecomunicações, entre outros. Esses gastos não se confundem com os de caráter sigiloso e, portanto, não justificam a omissão do CPF do suprido", diz o texto do TCU citado pela ONG.
Os gastos com os cartões já somaram R$ 357,6 milhões desde sua implantação. A Presidência da República é a responsável pela maior parte dos gastos nos últimos nove anos, R$ 105,5 milhões, dos quais 93% não são discriminados por serem consideradas informações sigilosas.