O desafio principal do novo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), será fazer a articulação política do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), eleita em outubro. Três vezes presidente da Câmara dos Deputados e deputado federal por seis mandatos, Temer acumula ainda a presidência de um dos maiores partidos brasileiros, o PMDB, que tem cerca de 2 milhões de filiados no País.
Aos 70 anos, Michel Miguel Elías Temer Lulia nasceu no município de Tietê, no interior de São Paulo e é descendente de família libanesa que chegou ao Brasil em 1925. É doutor em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e já ocupou os cargos procurador-geral e secretário de Segurança Pública paulista.
É casado pela segunda vez, com uma mulher 43 anos mais jovem e pai de cinco filhos - quatro do primeiro casamento. Temer é autor de quatro livros sobre Direito Constitucional, sua especialidade.
Mesmo sem ser unanimidade na aliança que elegeu Dilma, Temer acabou anunciado em maio do ano passado e confirmado em junho. No passado, ele governou o País por cinco dias, quatro em 1998 e um em 1999. Na época ele era presidente da Câmara e assumiu o cargo, como prevê a Constituição, durante ausências temporárias do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e do seu vice, Marco Maciel (DEM).
Nos meses que antecederam o anúncio, Temer enfrentou denúncias que envolviam o seu nome em escândalos de corrupção. Na "Operação Castelo de Areia", que investiga supostos problemas na construtora Camargo Correia, o nome de Temer apareceria 21 vezes em listas que seriam de contabilidade paralela da empresa.
Na operação "Caixa de Pandora", realizada em Brasília, Temer foi apontado como beneficiado de um esquema de corrupção composto por políticos e empresas. Porém, nada foi comprovado contra ele até agora.