SÃO PAULO - O desabamento ocorrido na tarde desta quarta-feira, na Vila Matilde, Zona Leste de São Paulo, pode ter ocorrido por uma série de fatores, entre eles, por ser uma ocupação irregular, com as moradias construídas num solo irregular e sem as devidas condições de tratamento de água e esgoto. A afirmação é do coronel Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil de São Paulo.
“Aqui é uma região de solo irregular. As construções foram feitas de modo irregular. As pessoas costumam também jogar a água de uso doméstico morro abaixo, plantaram bananeiras. E teve o agravante da chuva. Tudo isso - a umidade do solo, o tipo de construção irregular, o terreno irregular - levou para que tivéssemos esse desastre no local”, afirmou. As causas do acidente, no entanto, ainda serão analisadas pelos órgãos competentes.
O desabamento ocorreu em uma encosta que fica entre a Avenida Mendonça Drumond e a Rua Fernandes Portalegre. No último número divulgado pela administração municipal, por volta das 20h, dez casas ficaram completamente destruídas, dez caíram parcialmente e mais 45 estão interditadas até o momento. Mas o número pode crescer, podendo chegar a 100 moradias, segundo estimativa do secretário municipal da Coordenação de Subprefeituras, Ronaldo Camargo. Mais de 100 pessoas foram afetadas, de acordo com a Defesa Civil.
Segundo o coronel Jair Paca de Lima, os moradores acionaram o órgão por volta das 9h da manhã. “Chegamos ao local por volta das 10h e começamos as primeiras vistorias. Constatamos alguns imóveis com rachaduras, trincas, afundamentos e portas que não fechavam. Imediatamente fizemos a retirada dessas pessoas”, disse.
De acordo com o coronel, apesar de ter conhecimento de que se tratava de uma área de risco, a prefeitura “não calculava que poderia haver essa movimentação que aconteceu”. “Aqui era uma região sedimentada. Não se calculava que haveria uma movimentação [do solo]. As residências aqui são de construção sólida, material, concreto, vigas, com tudo o que se possa imaginar de uma construção de alvenaria. Até o primeiro momento em que chegamos aqui, nunca calcularíamos que ia acontecer o que aconteceu”, explicou.