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S O PAULO - A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou relatório parcial de conflitos no campo em 2010. Os principais destaques do documento são o aumento dos conflitos pela água, que envolveram 25 mil famílias; a ocorrência de 54% dos embates no Nordeste e o aumento da violência envolvendo trabalhadores no Sul e no Sudeste. Apesar disso, houve uma diminuição geral na violência, de 547 ocorrências no ano passado, os registros baixaram para 365 em 2010.
De janeiro a julho, a CPT monitorou 29 conflitos pelo acesso a água potável. Esta estatística é 32% maior que os números de 2009, quando 22 embates envolveram cerca de 20 mil famílias. Na região Norte, apesar na queda das disputas (3 contra 7 em 2009), o número de famílias envolvidas cresceu 395%, de 2.250 para 11.150.
Ao contrário do restante do Brasil, que teve uma redução nos conflitos, o Nordeste passou de 158 confrontos para 194. As ocorrências de conflitos por terra passaram de 95 para 126 e as de ocupações de 57, para 65. A região é responsável por quase metade das famílias envolvidas em conflitos, 9.802.
Nas regiões Sul e Sudeste, os índices de violência monitorados pela CPT cresceram de forma expressiva, conforme relatório. Nas duas áreas, rotuladas de "mais ricas e desenvolvidas", cresceu o número de trabalhadores presos e agredidos. Além disso, cresceu o número de ações de despejo.
As ocorrências de trabalho escravo também se destacaram para a CPT. O Sudeste teve aumento de ocorrências, com diminuição de trabalhadores envolvidos e libertados, enquanto que o Sul teve diminuição das ocorrências, mas um aumento significativo no número de trabalhadores explorados de forma ilegal.