Portal Terra
SALVADOR - A Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom), órgão da prefeitura de Salvador, informou por meio de nota, que fiscais estiveram três vezes no prédio que desabou sobre uma casa na noite de sábado no bairro Pernambués, em Salvador. Segundo o órgão, o responsável pela obra deu prosseguimento à construção mesmo com pedido de alvará negado.
O desabamento ocorreu por volta das 19h e matou três pessoas. O último corpo foi resgatado nesta madrugada. Moradores vizinhos do imóvel disseram ter ouvido um forte barulho e, em seguida, viram uma grande poeira subir.
A Sucom informou que, após uma notificação para que a obra fosse regularizada, as visitas aconteceram nos dias 10 de dezembro de 2009, 7 de abril de 2010 e no dia 6 de junho deste ano. Nesta última visita, foi constatado que "a obra estava paralisada".
A Sucom afirma que não lhe cabe fiscalizar "a técnica construtiva da obra (estrutura)". "É atribuição do órgão verificar se a obra está dentro dos parâmetros urbanísticos (a exemplo de obediência às regras de recuo lateral, frontal e gabarito de altura), de acordo com o Código de Obras do Município de Salvador", disse a Sucom em nota.
Construção sem alvará
A empresa teve o pedido de concessão do alvará para executar a obra indeferido pela Sucom, mas o edifício estava na fase final da construção, praticamente pronto para ser entregue aos compradores dos 28 apartamentos (quatro por andar por R$ 90 mil cada unidade).
Na tarde do domingo, um irmão do proprietário da construtora esteve no local do incidente, mas não falou com a imprensa. Ele disse apenas que veio de São Paulo para representar o irmão e acompanhar as buscas.
O engenheiro da Defesa Civil de Salvador, José Carlos Palma, disse que as causas do acidente só poderão ser confirmadas após o laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT). "Por enquanto nossa prioridade é isolar a área e procurar as vítimas", afirmou.