Portal Terra
FLORIANÓPOLIS - A ressaca que já afetou pelo menos 75 casas voltou a causar prejuízos em Florianópolis nesta quinta-feira. Uma residência desabou e outras três estão completamente comprometidas na praia do Campeche, uma das mais badaladas da capital catarinense.
Na terça-feira, uma residência construída à beira-mar desabou. Nesta quinta, a situação era considerada muito grave em outras cinco casas, que foram parcialmente destruídas. O avanço do mar comprometeu estruturas de concreto, derrubou muros, árvores e terrenos e criou um paredão de quase quatro metros de altura na praia.
Na areia, é possível encontrar em meio aos destroços até mesmo eletrodomésticos, como um aparelho de ar condicionado e um liquidificador. Apesar do mar não estar agitado nas últimas duas semanas, a Defesa Civil aponta a maré alta como a principal causadora dos novos desabamentos. A água atingiu as dunas sobre as quais as residências afetadas foram construídas.
Morador do bairro há 13 anos, o pedreiro José Rufino não escondeu o espanto ao ver os estragos causados pelo mar. Segundo ele, ainda na tarde de segunda-feira, muitas das casas afetadas dispunham de terreno. "Parecia que a praia estava longe delas. Não achei que em dois ou três dias fosse cair tudo assim", disse. "A natureza está gemendo e pedindo socorro".
Segundo a Defesa Civil de Florianópolis, muitas das residências afetadas no Campeche foram construídas irregularmente sobre APPs (Área de Preservação Permanente). Em toda a cidade, já são seis casas completamente destruídas e 20 em risco de desabamento.