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SÃO PAULO - Cerca de 150 pessoas passaram a noite no prédio da reitoria da USP, ocupado desde as 10h de terça-feira. De acordo com o diretor de base do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno de Carvalho, até agora não houve intervenção policial ou da administração da universidade. "Também não recebemos nenhum contato do reitor, fora o comunicado oficial que ele soltou", afirmou Magno.
Segundo ele, os funcionários vão manter a ocupação até que sejam pagos os salários integrais de quem não recebeu e a reitoria abra espaço para retomada das negociações. "A ocupação é pelo corte de ponto em duas unidades operacionais que deixou gente sem receber quase nada de salário, mas a greve é pela isonomia salarial", afirmou. Os grevistas querem receber o equivalente a 6% de reajuste, como foi pago aos docentes. "Eles quebraram um acordo de 19 anos", disse Magno sobre o contrato assinado que garante a isonomia no aumento salarial entre todos os funcionários da USP.
Foram levados colchões e roupas de cama ao prédio da reitoria, para melhor acomodar os ocupantes. Segundo Magno, as refeições estão sendo preparadas no Sindicato e são levadas até o local ocupado ao longo do dia.
Enquanto não recebem uma resposta da reitoria, os participantes da greve organizam formas de reaver "parte dos salários daqueles que não receberam", segundo Magno. Na noite desta terça-feira, foi realizado um show com três atrações em frente ao prédio ocupado. "O valor arrecadado será destinado aos funcionários que não receberam", afirmou o diretor de base do Sintusp. Ele estima que cerca de 600 pessoas participaram do evento que terminou pouco antes de amanhecer.
Além disso, ficou decidido, na Assembleia desta terça-feira, a doação de 6,57% do salário de cada funcionário que não teve o pagamento cortado. "Claro que é voluntário, mas as pessoas estão colaborando com o que podem para ajudar os outros", disse ele. Durante a ocupação de ontem, o Sintusp também distribuiu papéis com uma conta bancária para os presentes colaborarem com doações.