Luciana Abade, Jornal do Brasil
BRASÍLIA - Enquanto o PSDB decide quem será de fato seu candidato à Presidência e o PT procura um vice para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a maior parte dos partidos pequenos que terão candidatura própria já escolheu seus candidatos. À espera da zebra , esses candidatos excluídos das principais pesquisas de intenção de voto e dos debates das grandes emissoras de televisão estão mais esperançosos neste ano porque terão o apoio das ferramenta mais democrática da comunicação , a internet. As propostas são inusitadas. E para justificar uma candidatura que, na opinião dos cientistas políticos, tem uma chance mínima de vingar, cada um dos nanicos carrega consigo a certeza de ser a melhor opção .
Educação fundamental em período integral e prisão perpétua para os condenados por corrupção são algumas das propostas do pré-candidato do Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB), Mário Oliveira. Formado em direito e engenharia, ele nunca ocupou nenhum cargo político, nem mesmo militou. Sempre trabalhou na iniciativa privada em grandes empresas como Petrobras e Odebrech. E, justamente por acreditar que não tem os vícios do sistema , se considera a pessoa mais adequada para ocupar o mais alto cargo público do país.
Corrupção assemelha-se com genocídio porque o desvio de verbas prejudica uma quantidade muito grande de pessoas afirma Oliveira ao justificar a mudança no Código Penal que vai sugerir a instituição da prisão perpétua no Brasil para crimes hediondos e também para acabar com a progressão de pena que permite que muitos condenados cumpram, às vezes, metade das penas.
A saúde e a situação das mulheres no mercado de trabalho é outra preocupação do advogado que pretende, se eleito, autorizar a entrada dos planos de saúde estrangeiros no Brasil para ampliar a concorrência e com isto obrigar os convênios a nacionais a aumentarem a qualidade e diminuir os preços . As mulheres, por sua vez, terão 50% dos cargos dos ministérios e secretarias.
Histórico na política já não é o problema do pré-candidato do Partido Social Democrata Cristão (PSDC), José Maria Eymael, que, como não se cansa de ressaltar, esteve entre os 15 maiores constituintes, sendo autor de 145 propostas aprovadas. O passado glorioso, contudo, não foi suficiente para elegê-lo em 2006, quando concorreu à Presidência e obteve apenas 63.294 votos. A derrota de 2006 não tirou a esperança do partido, que terá a felicidade como o foco da campanha.
A felicidade representa tudo o que queremos para o povo brasileiro resume Eymael.
Ao contrário dos concorrentes pequenos, o pré-candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, José Maria, ou simplesmente Zé Maria, não está confiante na vitória porque sabe que ganha quem tem muito dinheiro para fazer campanha . Mas entrou na disputa porque acredita que a esquerda socialista não deve ficar sem uma opção de voto em outubro:
Dilma, José Serra e Aécio Neves representam a continuidade da atual estrutura econômica do país, assim como Marina Silva e Ciro Gomes são variantes da mesma matriz.
Se der zebra e o PSTU levar, o Brasil terá novamente um sindicalista, fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na presidência.