Agência Brasil
BRASÍLIA - O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse ao Jornal do Terra, nesta sexta-feira, que pretende resolver até quarta-feira o caso das declarações sobre o ingresso de homossexuais nas Forças Armadas, feitas pelo general do Exército Raymundo Nonato de Cerqueira Filho e o almirante de esquadra Álvaro Luiz Pinto, indicados a vagas no Superior Tribunal Militar, durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na última quinta-feira.
Os dois militares, o almirante Álvaro Luiz Pinto e general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ministros do STM, tiveram seus nomes aprovados pelos senadores da CCJ, após sabatina, mas ainda precisam ter seus nomes aprovados pelo Plenário do Senado para que possam ser nomeados como ministros.
Após a Comissão, Suplicy e outros 21 senadores pediram o adiamento da votação no Plenário para que Cerqueira Filho e Álvaro Luiz Pinto possam garantir ao Senado que não irão contrariar a Constituição, que repudia qualquer tipo de discriminação.
Ao término da sabatina na Comissão, o general Cerqueira Filho afirmou que a presença de homossexuais nas Forças Armadas é "incompatível" e que está provado que as tropas não obedecem a "esse tipo de indivíduo". O almirante Álvaro Luiz Pinto disse que não há problema em um gay fazer parte das Forças Armadas, "desde que ele mantenha a dignidade da farda".
Suplicy disse ainda que não quer "criar caso" com o desentendimento. "Os militares foram inclusive elogiados por mim, pelo seu trabalho em áreas em situação de calamidade. Só queremos que, antes de ocupar os cargos no STM, deixem claro que não irão contra a Constituição", disse.