Agência Brasil
BRASÍLIA - Alvo de críticas de vários setores, como o do agronegócio, e também de colegas de ministério por causa da terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), interrompeu nesta terça-feira suas férias para se encontrar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na agenda oficial do presidente não constava a reunião com Vannuchi. No entanto, poucos instantes antes de Lula deixar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede provisória do governo, para cerimônia de anúncio de recursos do Programa "Minha Casa, Minha Vida" para municípios com menos de 50 mil habitantes, Vannuchi chegou ao CCBB.
O presidente não ficou no CCBB, porém o carro oficial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ficou aguardando por ela cerca de 20 minutos logo após a chegada de Vannuchi. A assessoria da Casa Civil não confirmou o encontro com o ministro, mas Dilma chegou cerca de 20 minutos atrasada na cerimônia do programa "Minha Casa Minha Vida", do qual é coordenadora.
Após uma semana de troca de farpas entre ministros, assessores da Presidência informaram ontem que Lula pretende conversar com Vanucchi e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ainda esta semana, para tentar apaziguar os ânimos.
Um dos pontos mais polêmicos do PNDH, que opôs Jobim e Vannuchi, está na diretriz 23, que prevê a criação de um grupo de trabalho para elaborar, até abril deste ano, projeto de lei instituindo a Comissão Nacional da Verdade "para examinar as violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política."
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, foi outro que fez críticas ao programa no que se refere à questão fundiária. Para ele, o PNDH seria preconceituoso em relação à agricultura comercial.