Marina Mello, Portal Terra
BRASÍLIA - Deputados distritais que são aliados históricos do governador José Roberto Arruda (sem partido) vão compor a maioria em todas as comissões que investigarão o mensalão do DEM na Câmara Legislativa.
Os pedidos de impeachment contra Arruda e os pedidos de investigação contra seus aliados acusados de fazer parte do suposto esquema de corrupção vão passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção e por uma comissão especial criada para analisar o caso.
Na CPI, estará apenas um membro da oposição a Arruda, o deputado Paulo Tadeu (PT). Já na CCJ e na comissão especial o deputado petista Chico Leite será o único representante oposicionista.
Na CPI, além de aliados, estão pelo menos três deputados que eram secretários do governo Arruda e só se afastaram porque foram citados nas denúncias.
Em reunião realizada nesta segunda-feira os deputados elegeram o presidente, Geraldo Naves (DEM) e como vice-presidente Doutor Charles (PTB). A expectativa é de que ainda nesta tarde sejam escolhidos os cargos dos integrantes da CPI da Corrupção.
Entenda o caso
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no último mês, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.
O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.