Portal Terra
GOINIA - Às vésperas das festas de fim de ano, a prefeitura de Goiânia (GO) começa na próxima quarta-feira uma operação para impedir o aumento de pedintes nas ruas da capital, inclusive os que chegam de outras cidades e estados. Com um fluxo de pessoas e turistas no comércio goianiense meior nesta época, a Secretaria Municipal de Ação Social (Semas) estima que o número de moradores de rua pode crescer até cinco vezes se não houver um trabalho de fiscalização.
A maior preocupação é com pedintes de outras cidades e regiões. De acordo com o secretário municipal da Ação Social, Walter Silva, a prefeitura precisou intervir para impedir a chegada de pedintes encaminhados por outros municípios no final do ano passado. Foram pelo menos dois casos: moradores de rua de Itumbiara (GO), no sul do Estado, e de Uberlândia (MG).
- Nossa equipe que fica na Rodoviária estranhou uma movimentação específica e, ao investigarem, inclusive com a ajuda de um jornalista, descobriu que era um pessoal enviado pela prefeitura de Uberlândia. Entramos em contato com o poder público lá e descobrimos que eles estavam mandando as pessoas para Goiânia porque só tinham dinheiro para chegar até Goiânia - lembra Silva.
Com deficiência visual, os pedintes de Itumbiara eram colocados em uma van com chegada sempre no início da manhã em Goiânia. Eles pediam esmolas nas principais ruas comerciais da cidade e depois retornavam à cidade de origem. Neste caso, a Semas pediu a intervenção de uma entidade voltada para atendimento de deficientes físicos, que conseguiu barrar o esquema.
- Não queremos expulsar ninguém. Por isso, estamos dobrando nossa equipe de atendimento nas ruas e aumentando a capacidade de nosso abrigo de 100 leitos para 240. Queremos tirar essas pessoas das ruas, oferecer um atendimento a elas, ajudá-las, ver quais as necessidades delas e então fazer o encaminhamento que for necessário - disse o secretário.
A Semas informa que, nos últimos 10 dias, foi percebido um aumento considerável no número de pedintes, com pessoas vindas principalmente do Nordeste. - Elas vêm em busca não só de dinheiro, mas de atendimento na saúde. Aí chegam, têm o primeiro atendimento, mas não têm onde ficar até o dia do retorno. Então, vão para as ruas. O que queremos é que elas não fiquem nas ruas - comentou Silva.