Portal Terra
PARIS - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que realiza uma visita a Paris, na França, desaconselhou, neste sábado, o italiano Cesare Battisti a realizar uma greve de fome, porque "faz mal, não faz bem". As informações são da Agência Ansa.
Ao lado do presidente francês, Nicolas Sarkozy, Lula afirmou que que já fez um protesto semelhante por seis dias e disse "não o recomendar a ninguém".
Questionado sobre sua posição em relação ao caso do ex-militante de esquerda, o presidente voltou a afirmar que tem pouco a fazer, pois o processo está "nas mãos do Supremo Tribunal Federal" (STF). Ele declarou ainda que irá esperar a decisão do STF para se posicionar.
O ex-ativista do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), que aguarda o Supremo julgar o pedido de extradição apresentado pelo governo italiano, iniciou na sexta-feira uma greve de fome.
De acordo com o senador o senador José Nery (Psol-PA), Battisti escreveu uma carta a Lula na qual pedia sua intervenção, dizendo que não lhe "restava alternativa". A intenção era entregar o documento ao mandatário antes de ele embarcar para a capital francesa, para onde viajou na noite de sexta-feira.
Condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios cometidos na década de 1970, Battisti é requerido pelo Estado italiano para que cumpra sua pena no país. Contudo, ele obteve do Brasil o status de refugiado político em janeiro deste ano.
O pedido italiano é agora analisado pelo STF. Após duas audiências, a votação está empatada, com quatro votos pela deportação e três contra. A última audiência, de quinta-feira passada, foi suspensa pelo presidente do Supremo, Gilmar Mendes, que ainda não se pronunciou.
Em entrevista à ANSA, realizada recentemente, Battisti disse acreditar que o presidente ratificará o seu refúgio caso o STF acate o pedido do governo italiano e ordene a sua extradição. "Eu não perdi a confiança no presidente Lula", afirmou o italiano, que está no presídio da Papuda desde 2007.