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SÃO PAULO -
O Ministério Público Estadual de São Paulo ofereceu à Justiça, na última quinta-feira, denúncia contra quatro pessoas acusadas de fazer o cadastramento de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que age dentro e fora dos presídios. A informação foi divulgada pelo MP nesta quarta-feira.
Foram denunciados Carlos Eduardo Farias Magiezi, o Du ou Pablo, Dircileine Lourenço, a Dirce, Agatha Luizy de Farias Cruz e Fernanda Santos da Silva, todos moradores no Conjunto José Bonifácio, em Itaquera, na zona leste da capital.
De acordo com os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os quatro denunciados eram encarregados de fazer o cadastramento dos integrantes da facção.
O cadastramento, segundo as investigações, possibilita o controle por parte dos líderes e garante arrecadação para a facção, já que os membros do PCC ou seus familiares pagam quantia mensal para a organização criminosa.
De acordo com o MP, policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) receberam informações de que Carlos Eduardo, que estava preso na Penitenciária II de Presidente Venceslau, seria integrante do PCC e que sua função dentro da organização era o cadastramento de membros do partido.
Com interceptação telefônica autorizada pela Justiça, a ação de Carlos Eduardo foi confirmada e foram identificados outros suspeitos de integrar da quadrilha que fazia o cadastramento.
O MP informou que Agatha Luizy de Farias Cruz foi surpreendida com um notebook de Carlos Eduardo. Ela estava com Fernanda Santos da Silva, companheira de Carlos Eduardo, que admitiu guardar disquetes e manuscritos relativos ao cadastramento de integrantes do PCC na casa onde morava com ele.
O cadastro encontrado no local tinha o número de registro do integrante facção, nome e apelido do cadastrado, data do "batismo" na facção, nome do "padrinho" e os locais onde o integrante esteve preso, chamados de "faculdades" pela organização criminosa. O material apreendido continha 1.405 registros de criminosos cadastrados junto ao PCC.
As investigações comprovaram que o cadastro era feito por Carlos Eduardo que, depois de ser preso, passou a fazer o gerenciamento do trabalho de dentro da penitenciária, delegando tarefas para Dircileine Lourenço, Agatha Luizy de Farias Cruz e Fernanda Santos da Silva.
Segundo o Ministério Público, de dentro da cadeia, ele passava as ordens para o grupo, por telefone, e inclusive determinava a cobrança de dívidas por venda de drogas. Todos foram denunciados por formação de quadrilha.