Laryssa Borges , Portal Terra
BRASÍLIA - O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou nesta terça-feira que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, visitará o Brasil no dia 23 de novembro.
A viagem do mandatário iraniano estava prevista para o início de maio, mas a proximidade das eleições presidenciais daquele país na época inviabilizou o encontro. O pleito iraniano foi marcado por protestos e pela suspeita de fraudes nas votações, conforme denúncia do candidato derrotado, Mir Hossein Mousavi.
Na época da organização da visita de Ahmadinejad ao Brasil, reclamações sobre uma eventual falta de deferência do governo brasileiro para a recepção do presidente do Irã também foram um dos fatores que funcionários do líder iraniano apontaram a autoridades brasileiras para justificar o cancelamento da viagem que ele faria a Brasília. Uma postura mais proativa do governo Lula em defesa das relações Brasil-Irã foi lembrada na época na argumentação para o adiamento da visita de Estado.
Fontes da Presidência da República informaram que em abril, semanas antes de a primeira visita ter sido cancelada, o departamento de protocolo do Irã reclamou do fato de Ahmadinejad não poder ser recebido no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e nem poder subir a rampa do Planalto ou passar em revista as tropas na tradicional Esplanada dos Ministérios, em frente à Praça dos Três Poderes, área usual para a recepção de chefes de Estado.
O Planalto está desativado desde o final de março para passar pela primeira reforma desde sua fundação, na época da construção de Brasília, e só deve voltar a ser palco de recepções de chefes de Estado em abril de 2010.
Honduras
Após participar de reunião com o presidente Lula, Amorim voltou a comentar a situação política interna de Honduras e disse caber à Organização dos Estados Americanos (OEA) a mediação para a restituição do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder.
"A posição oficial (...) de todos os membros da OEA é de restituição do presidente Zelaya. As condições precisas e as datas, isso faz parte da negociação que está havendo", comentou. "Nós achamos positivo que haja negociação. Sempre achamos que a presença do presidente Zelaya em Tegucigalpa sob a proteção da embaixada do Brasil ajudaria no diálogo."
"Acho que fizemos a coisa certa, que dá condições para que exista esse diálogo. Agora depende mais da flexibilidade do governo de facto", explicou. "O presidente Zelaya já demonstrou muita flexibilidade. Eu acho que nessa altura temos que deixar que os hondurenhos conversem."