Agência Brasil
FORTALEZA - A defesa do turista italiano preso em flagrante, em Fortaleza, sob acusação de ter praticado crime sexual contra a filha, de 8 anos, entrou com um pedido de liberdade provisória na Justiça. O recurso deverá ser julgado pelo Judiciário do Ceará na próxima terça-feira. O nome do italiano é mantido em sigilo para preservar a identidade da criança. Por causa disso, o inquérito também tramita em segredo.
O advogado do italiano alega que houve falhas no momento em que o flagrante foi feito e que a coleta dos depoimento das testemunhas não ocorreu de forma adequada. Com essa argumentação, ele apresentou à Justiça, no final da tarde de ontem (4), pedido de liberdade provisória de seu cliente.
A Polícia Civil do Ceará prendeu o italiano - ele tem 40 anos e diz ser engenheiro - a partir de denúncia de um casal de turistas que mora em Brasília. De acordo com a delegada Ivana Timbó, chefe da Delegacia de Combate à Exploração de Crianças e Adolescente ((Dceca), responsável pela apuração do caso, as informações prestadas foram muito veementes. As duas testemunhas disseram que o italiano estava dentro da piscina com a filha e disse que as carícias feita por ele na filha incomodaram várias pessoas que estavam na barraca.
Com a repercussão do caso, o casal abreviou a volta para casa e já não está mais em Fortaleza.. Em entrevista à emissora de tevê, eles disseram que ficaram observando a cena e viram que o italiano passava a mão nas partes íntimas da menina e a segurava como se estivesse abraçando uma pessoa adulta.
- Aquilo nos incomodou até o ponto em que vimos o homem beijar a menina duas vezes na boca, num intervalo de 30 minutos. Por vezes, ele ficava amarrando e desamarrando o biquíni dela e olhando de lado como se tivesse tentando disfarçar alguma coisa- disse uma das testemunha, que acrescentou que o beijo do pai na filha não foi apenas um selinho, ou seja, um beijo rápido.
O italiano está preso em Fortaleza e ao ser ouvido se limitou a dizer que só falaria em juízo, segundo a delegada. Para Ivana, o fato de ser ou não ser pai da menina não está sendo questionado. Ela explicou que pela Lei 12.015, que entrou em vigor no mês passado, independente do parentesco, o crime é o mesmo: estupro vulnerável, previsto no artigo 217-A.
Caso fique comprovado o abuso, a lei prevê pena de 8 a 15 anos de prisão. A delegada informou que pretende concluir o inquérito em dez dias e que convocou três funcionários da barraca onde o italiano estava com a filha para ser ouvidos na próxima semana.
A mãe da menina e mulher do italiano é brasileira. Ao depor, ela confirmou que a criança é filha do casal e que o gesto de seu marido não passava de uma carinho comum no país onde vivem. A delegada conversou com a menina, acompanhada da mãe, de uma psicóloga e de uma assistente social, e disse que a criança estava tranquila.