Agência Brasil
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva arrancou aplausos da platéia do Simpósio Internacional sobre Desenvolvimento Social, encerrado hoje (7), em Brasília, ao voltar a defender a criação de uma lei que torne permanente os programas sociais de seu governo, impedindo que eles futuramente sejam cancelados.
"Grande parte do que estamos fazendo neste país não é resultante da nossa cabeça, mas sim da nossa história, da nossa convivência com os movimentos sociais brasileiros. Todos aqui no governo tem pelo menos uns 20 anos de experiência de se reunir, de falar mal do governo e de fazer pauta de reivindicação. Agora estamos conseguindo colocar parte daquilo, ainda não tudo, como programa de governo. E precisamos consagrar todas essas políticas numa lei para que nenhum engraçadinho possa destruir essas coisas", afirmou o presidente, atribuindo o sucesso das políticas sociais às parcerias do governo federal com prefeituras e estados.
"Nem eu nem nenhum ministro tem uma visão do conjunto de coisas que acontecem de políticas públicas neste país. Não é uma coisa, ou dois programas , são dezenas de coisas acontecendo em todo o país. Eu pedi que cada ministro fizesse um filme contando tudo o que está sendo feito em cada área para podermos dar a quem quiser um conjunto da obra que ainda está longe de ser concluída, mas que está com alicerces sólidos".comentou Lula, voltando a repetir que, ao fim de sua gestão, todo ministro terá que registrar o resultado de suas ações em cartório.
"Cada centavo aplicado, cada coisa feita no governo. A fotografia será registrada em cartório porque eu quero entregá-la ao próximo governo, às universidades, movimentos sociais e outros. Acho importante deixarmos como legado um novo paradigma, pois assim a pessoa que vier depois terá que olhar e contar até dez, já que terá que fazer mais que nós fizemos. Caso contrário, terá uma vida muito curta no governo", afirmou Lula.
Citando programas como o Bolsa Família, Territórios da Cidadania, Luz Para Todos e outros, Lula disse querer universalizar o ensino público desde a pré-escola até o ensino técnico. E frisou que o governo federal vai financiar a construção, até 2010, de 1.5 mil creches, repassando o dinheiro às prefeituras. Além disso, Lula também comentou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o período de 2011 à 2015 já está sendo elaborado.
Repetindo várias vezes a expressão "é possível", como um mote de campanha, Lula disse não ter dúvidas de suas prioridades. "Hoje estou convencido que é possível fazer muito mais do que fizemos. Nós não temos que ter dúvidas. As regiões Nordeste e Norte vão continuar recebendo proporcionalmente mais investimentos para que possamos tirar o atraso deste país. Isso precisa ser feito para que haja um equilíbrio. O pessoal do Sul precisa lembrar que quando as pessoas mais pobres estiverem comendo, quem vai ganhar são as pessoas do Sul, que produzem. Não tem que haver disputas. Temos é que recuperar o atras", concluiu o presidente.