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Manifesto "anti-Sarney" deve ser lido em Plenário nesta 5ª

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Marina Mello, Portal Terra

BRASÍLIA - Lideranças de oposição concluíram nesta quinta-feira a elaboração de uma espécie de manifesto "anti-Sarney" que deverá ser lido ainda hoje no Plenário do Senado. O ato é um manifesto contra a permanência do senador José Sarney (PMDB-AP) na presidência da Casa e conta com assinaturas dos líderes do DEM, PSDB, PDT e Psol.

No ato, os senadores atribuem a Sarney o péssimo momento vivido pelo Senado e pedem para que ele se afaste. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) - que atua como um porta-voz do movimento - afirma que os senadores estão "constrangidos" de continuar trabalhando com Sarney na presidência da Casa. Além disso, o senador explica que os líderes decidiram que vão recorrer de toda representação contra Sarney que for arquivada no Conselho de Ética.

"Esses engavetamentos estão sendo feitos de forma arbitrária pela tropa de choque do Sarney que ocupou o Senado com uma violência maior do que a dos tanques de guerra da ditadura. O Senado hoje está sob intervenção da tropa de choque", criticou o senador.

Apenas o PT não assinou o manifesto, apesar de a maioria dos senadores do partido ser contra a permanência de Sarney na presidência. Nos bastidores circulam comentários de que poderia ter uma repercussão ruim o partido governista assinar um documento junto do DEM e do PSDB. O argumento foi contestado por Cristovam.

"O PT é o elemento decisivo, mas o PT está dos dois lados, portanto, não está de nenhum. Quando é do interesse do governo na aprovação de diversas leis, pode ter a assinatura dos dois juntos (PT e PSDB), mas neste caso não", afirmou.

Participaram da reunião desta quinta-feira os senadores: Tião Viana (PT-AC), Pedro Simon (PMDB-RS), Alvaro Dias (PSDB-PR), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Artur Virgílio (PSDB-AM), Demóstenes Torres (DEM-GO), José Nery (PSOL-PA) e Renato Casagrande (PSB-ES).