Jornal do Brasil
BRASÍLIA - Encarregado de investigar o envolvimento de colegas na máfia das passagens, o corregedor da Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), garantiu ontem que não vai passar a mão na cabeça de ninguém . ACM Neto afirmou que ainda não recebeu cópia do relatório da comissão de sindicância, mas foi informado pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), de que o material não é conclusivo .
O corregedor disse que a venda de bilhetes aéreos da Câmara é crime e que, se for comprovada a participação, o parlamentar terá que responder não só no Conselho de Ética, mas também na Justiça.
Se ficar comprovado que o parlamentar vendeu passagem da sua cota é crime, não só crime parlamentar, mas penal também. Vai ter que responder do ponto de vista do código de ética da Casa, mas também do ponto de vista da Justiça explicou. ACM Neto adiantou ainda que vai começar a analisar o material somente após o fim do recesso parlamentar, no início de agosto. O regimento é claro ao dizer que todos os prazos estão automaticamente suspensos durante o recesso. Não temos como tomar providência legal. Depois, a área técnica vai fazer um exame. Havendo qualquer envolvimento de parlamentar, a Corregedoria não vai passar a mão na cabeça de ninguém.
O deputado disse ainda que o comando da Câmara agiu corretamente ao manter em sigilo o nome dos parlamentares que aparecem no relatório da comissão. A Câmara não confirmou se os deputados foram apenas citados ou se foram devidamente acusados pelos servidores. Os parlamentares não foram ouvidos pela comissão de sindicância.
Temer me informou que o processo não é conclusivo e por isso enviou os autos para a Corregedoria e me pediu que tomássemos as providências de verificar quais deputados que deveriam ser investigados a partir das informações levantadas completou ACM Neto. (Com agências)