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"Grupo ético" pedirá ao Ministério Público investigação no Senado

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Marina Mello, Portal Terra

BRASÍLIA - O chamado "grupo ético" que reúne senadores de diversos partidos se reuniu nesta quarta-feira e decidiu que vai entrar com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) na qual pede para que as denúncias de irregularidade na Casa sejam apuradas.

De acordo com o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) esta é a melhor saída para que ao Senado seja investigado e que os envolvidos sejam punidos de forma correta. "A representação é o instrumento mais forte que nós podemos utilizar, é uma representação ao Ministério Público que vai instaurar os procedimentos para investigação judiciária e conseqüente responsabilização civil e criminal dos eventuais envolvidos. Nós não temos outra atitude mais forte do que essa", disse.

Segundo Dias, os senadores vão buscar ainda apoio na sociedade civil que está insatisfeita com a crise do Senado. "Vamos reunir os partidos e assinar uma representação dirigida ao MP selecionando os indícios relevantes que já foram apontados sobre irregularidades existentes no Senado. Vamos buscar também apoio da sociedade, entidades representativas e personalidades da sociedade brasileira que se disponham a assinar essa representação", afirmou.

Ainda não se sabe quantos partidos vão assinar a representação cujo texto ainda está sendo elaborado, mas segundo o senador, é quase certo que partidos como PSDB, DEM e Psol estejam no meio.

A idéia dos senadores é que seja feita uma ampla representação solicitando ao MPF que investigue o Senado como um todo em seus últimos anos de administração. Além disso, na reunião de hoje o grupo decidiu que vai pedir a imediata recomposição do Conselho de Ética da Casa.

Segundo o senador José Nery (Psol-PA), é preciso que o colegiado seja reinstalado o mais rápido possível para que possa ser julgada a representação feita pelo Psol contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).

Apesar de já existirem investigações em curso no Senado que contam com o acompanhamento de membros de outros órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU), o senador explica que uma exclusiva do MPF teria mais isenção.

"Vamos aqui fazer a investigação no Conselho de Ética naquilo que nos cabe investigar, a conduta quanto à ética e ao decoro. E vamos ao Ministério Público Federal para uma investigação completa", disse José Nery.

Participaram da reunião de hoje os senadores: Sérgio Guerra (PSDB-PE), José Nery (PSOL-PA), Marisa Serrano (PSDB-MS), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Renato Casagrande (PSB-ES).