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SÃO PAULO - O orçamento para a construção gasoduto Urucu-Manaus, da Petrobras, teve um aumento de 84% desde o início da obra, em 2006, até março desde ano. O valor inicial previsto pela estatal era de R$ 2,4 bilhões ¿ agora o valor chega a para R$ 4,58 bilhões. As informações constam em um relatório do comitê de representantes da Eletrobrás, Petrobras, Manaus Energia e Cigás (Companhia de Gás do Amazonas), encarregado de avaliar o custo do transporte do gás natural, segundo informou nesta segunda-feira o jornal Folha de S.Paulo.
O motivo do encarecimento da obra seriam os aditivos contratuais com as empreiteiras envolvidas na obra. De acordo com o jornal, mais um destes aditivos, no valor de R$ 200 milhões, estaria sendo negociado entre a Petrobras e o consórcio Consag (das construtoras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia), responsável pela construção do trecho do gasoduto entre Coari e Anamã. A estatal, no entanto, nega a articulação.
Os aditivos nos contratos estão entre os objetos de investigação da CPI da Petrobras. A Petrobras tem autonomia para contratar grandes obras sem licitação pública. O Tribunal de Contas da União, no entanto, tem questionado os aditivos contratuais acima de 25%, limite permitido por lei.
O gasoduto Urucu-Manaus var transportar o gás natural da região petrolífera de Urucu até Manaus. O objetivo é substituir o consumo de óleo diesel por gás natural nas termoelétricas que atendem a cidade e mais sete municípios.
De acordo com o jornal, a Petrobras informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o encarecimento da obras se deve à adoção de 'tecnologia inédita' no País para transporte de tubos. Segundo a empresa, diversas medidas, como o uso de aeronaves especiais vindas do exterior, foram adotadas para trabalhar na região na por causa das condições adversas de trabalho na Amazônia, principalmente devido à época das cheias.