Vagner Magalhães, Portal Terra
SÃO PAULO - - Só vi as labaredas.
Foi assim que a comerciante Aparecida Teixeira de Paiva, 69 anos, relatou o momento em que percebeu que a frente de sua casa na rua Maria Santana, na Vila Jacuí, zona leste de São Paulo, havia sido destruída durante os protestos contra a morte de um homem suspeito de tráfico dentro de uma cela do 63° Distrito Policial. Além da casa da idosa, um ônibus foi queimado e ao menos outros dois foram depredados. A polícia afirma que o suspeito teria se enforcado com um cadarço.
Aparecida conta que ficou com muito medo do incêndio se alastrar, já que as chamas eram muito altas.
- É difícil imaginar que uma coisa dessas vai acontecer em frente à sua casa. A gente acaba pagando pelo que não fez.
A casa, que fica em frente ao ponto final dos ônibus que passam pela região, servia como acréscimo de renda para Aparecida. Na parte da frente do imóvel, a idosa montou um pequeno comércio, onde vendia marmitas para cobradores e motoristas.
Aparecida mora nos fundos da casa e foi surpreendida pelas chamas. Na hora que percebeu o incêndio, o fogo já tinha tomado conta do comércio. A comerciante pretende recorrer à empresa de ônibus para reconstruir seu imóvel, onde mora há 34 anos. A idosa afirma que a região é traqüila e que nunca teve nenhum problema.
Porém, se dizendo muito lutadora, a idosa acredita que vai reconstruir seu comércio.
- Quem tem Deus no coração, o diabo não se aproxima.