Keila Santana, Portal Terra
BRASÍLIA - O PSDB desistiu de reivindicar a quarta vaga na CPI da Petrobras para evitar atrasos no início dos trabalhos. O líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM), disse que não vai dar pretextos para a base do governo adiar a instalação da CPI.
- Aceitamos a decisão do presidente (do Senado, José) Sarney em troca do início da CPI. Não há nada que impeça de começar - disse Virgílio.
Ainda assim, o senador afirma que não foi convincente a negativa do presidente José Sarney ao questionamento do PSDB sobre mais uma vaga para a oposição na CPI.
O partido vai manter uma consulta à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que, ao contrário do recurso, não impede o início da CPI. Arthur Virgílio vai levar a discussão para o Plenário, questionando a decisão da presidência. O senador vai apresentar também um projeto de resolução para modificar os critérios de divisão das vagas das futuras comissões de inquérito.
Atualmente, a composição de uma CPI tem por base o tamanho das bancadas partidárias no momento em que os senadores foram diplomados - e não a quantidade atual de parlamentares na Casa.
A briga pela presidência da CPI, no entanto, deve continuar. A oposição não abre mão de ter um dos cargos de comando na investigação. O líder disse que nem a vontade do presidente Luís Inácio Lula da Silva é capaz de fazer o PSDB ou o DEM desistirem do cargo.
- Ao que eu saiba, o presidente Lula não é senador, não pode votar aqui no meu lugar, então tem que compreender que o sistema que rege o País que ele governa é de interdependência entre os poderes. Eu farei tudo para mostrar que ele não manda no Legislativo - avisou o senador tucano.
O líder do PSDB afirmou que ainda acredita no bom senso da base governista no Senado.
- É hora de eles baixarem a bola, botarem a bola no chão e discutirem conosco com seriedade os caminhos para fazermos a investigação dos delitos cometidos por dirigentes da Petrobras. Não se protege a maior empresa do País acobertando corrupção - afirmou Virgílio.