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SÃO PAULO - O Tribunal de Justiça de São Paulo julga, na próxima quinta-feira, o mérito do habeas-corpus que libertou Caroline Pivetta da Mota, 24 anos, detida após ter pichado, em outubro, uma instalação de arte na Bienal de São Paulo, no Ibirapuera. O julgamento será feito por três desembargadores e, caso o mérito seja negado, a jovem pode voltar a ser presa.
Caroline foi presa em 26 de outubro após o ato, durante a abertura da 28ª Bienal de Arte de São Paulo. Ela era a única mulher do grupo de, ao menos, 40 pessoas. Na ocasião, ela afirmou que "não queria estragar as obras, mesmo porque não tinha obra".
A jovem, ficou cerca de dois meses na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, mas foi solta depois de ter um habeas-corpus concedido pelo TJ-SP. Ela voltou a ser detida em janeiro, por tentativa de furto. Caroline e outras duas jovens teriam furtado DVDs de uma loja de departamentos. Na ocasião, o habeas-corpus foi pedido à Justiça, e Caroline foi libertada.
O advogado da jovem, Augusto de Arruda Botelho, disse que está confiante e que não há necessidade de prender novamente Caroline. No entanto, ele afirmou que apenas um voto a favor da jovem está garantido. - Um dos desembargadores votou favoravelmente à liberdade de Caroline no pedido de liminar - disse. O julgamento será feito pelo relator, Fernando Matallo, e pelos desembargadores Alfredo Fanucchi e Fernando Torres Garcia.
Caroline prestou depoimento à Justiça no dia 17 de fevereiro. Além dela, Rafael Martins, também réu no processo, e seis testemunhas foram ouvidos. A jovem foi enquadrada no artigo 62 da Lei de Crimes Ambientais. Se condenada, pode pegar de um a três anos de prisão.