Portal Terra
SÃO PAULO - Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada neste domingo, o médico Roger Abdelmassih, 65 anos, acusado de abuso sexual por pacientes, alegou que o anestésico usado em sua clínica de reprodução assistida pode causar comportamento amoroso.
Segundo o especialista, estudos nos Estados Unidos apontam que pacientes sedadas com propofol podem ter 'alucinações sexuais'. - Há trabalhos que mostram claramente que 3% a 4% das mulheres que tomam o remédio que usamos para sedar têm, ao acordar, um comportamento amoroso - afirmou.
- Hoje, faço 150 ciclos por mês. Mas vamos pôr uma média de 120. Em um ano seriam 48 casos com o tal comportamento amoroso. Em dez anos, 480 - completou Abdelmassih.
A fotógrafa Monika Bartkevitch, 43 anos, foi a primeira mulher a fazer uma acusação pública contra o médico, que teria tentado beijá-la quando estava em tratamento há nove anos. Cerca de 50 mulheres já procuraram o Ministério Público do Estado de São Paulo dizendo-se vítimas de Abdelmassih.
Na companhia dos advogados, o médico afirmou que é uma pessoa carinhosa. - Chamo todo mundo de 'minha querida'. Tenho uma mania desde jovenzinho de colocar as mãos no rosto da pessoa para beijar - disse o especialista, que ainda acusou uma mulher que não conseguiu ter filhos de iniciar uma campanha contra ele em um site de relacionamentos.
De acordo com o jornal, Abdelmassih alegou problemas cardíacos, agravados pelo estado terminal de sua mulher que lutava contra um câncer, para não comparecer a um depoimento em agosto de 2008 no Ministério Público. No entanto, no mesmo dia, o médico foi à 1ª Delegacia de Roubos e Extorsões para prestar queixa contra uma ex-funcionária que também o acusava de tentar agarrá-la.