Agência Brasil
BRASÍLIA - A partir da segunda quinzena de fevereiro, o Ministério da Justiça deve começar a treinar policiais de 11 estados do país para o uso das armas não-letais, conhecidas como Taser, compradas pelo governo para tentar reduzir as mortes em confrontos diretos entre policiais e suspeitos. A apresentação do novo equipamento, que emite ondas de alta voltagem, ocorrerá em meio à realização do Fórum Social Mundial, a partir da próxima terça-feira, em Belém (PA).
De acordo com o secretário substituto nacional de Segurança Pública, capitão Alexandre Aragon, foram compradas quatro mil pistolas de ondas T, ao valor de R$ 4 mil cada. Uma pistola .40, a mais usada atualmente pelos policiais no Brasil, custa cerca de R$ 3 mil, sem munições.
O secretário substituto explicou que a Taser não é uma arma de choque, mas sim de alta voltagem e baixa amperagem. - O risco [de lesão] seria se fosse o contrário. A amperagem da arma T equivale a de uma lâmpada de árvore de Natal - comparou.
Aragon disse que a arma não-letal funciona a uma freqüência semelhante à das ondas cerebrais e, em contato com o corpo, impede que as ordens do cérebro sejam passadas aos músculos. - É semelhante a uma interferência em um sistema de rádio. O cidadão vai continuar falando, respirando mas não terá como comandar os membros - explicou Aragon.
Do total das armas compradas, mil serão entregues para policiais da Força Nacional de Segurança (FNS) e as outras três mil serão distribuídas para os estados. A Secretaria Nacional de Segurança Pública já treinou 200 militares da FNS, que serão os primeiros a manusear as novas armas.
- Só vamos entregar essas armas depois de um treinamento para repassar a técnica. Vamos frisar bastante que os instrumentos de regulação existem dentro das próprias armas - destacou Aragon à Agência Brasil. - Vamos direcionar o treinamento a instrutores, que, posteriormente, serão multiplicadores nos 11 estados - explicou.
Segundo ele, o treinamento seguirá o mesmo modelo adotado pela polícia inglesa. - Vão ser seis dias de treinamento e vamos utilizar uma técnica internacional. Terminado o treinamento, os instrutores voltarão aos estados para repassar as informações e, só após a certificação de que a pessoa foi capacitada, ele estará autorizado a utilizar o armamento - enfatizou.