Portal Terra
FLORIANÓPOLIS - O prefeito de Itaópolis, Hélio César Wendt (PMDB), que permaneceu como refém na quinta-feira com o seu vice, um vereador e dois PMs, em uma área que vem sendo disputada por indígenas e colonos, alertou que um grave confronto armado estaria prestes a acontecer na região.
A notícia de que indígenas o teriam seqüestrado mobilizou dezenas de policiais em toda a região norte de Santa Catarina. Wendt, entretanto, explicou que foi mantido refém pelos proprietários rurais logo após deixar uma tentativa de negociação no acampamento dos índios.
- Os dois grupos estão a apenas 300 metros um do outro. Os colonos nos cercaram, pegaram a chave do carro e armados com foices e facões não deixaram que nossa comitiva deixasse o local - disse.
A situação na região é tensa. Os indígenas ocupam desde o dia 9 de janeiro uma fazenda de reflorestamento e exigem a ampliação dos atuais 14 mil para 37 mil hectares da Reserva Duque de Caxias, baseada numa portaria assinada pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Colonos acusam os índios pela ocorrência de saques em caminhões e ameaçam tomar a fazenda à força neste final de semana.
Wendt evita falar em seqüestro, segundo ele, para evitar o acirramento dos ânimos. - Fomos retidos até que apresentássemos uma solução - disse.
Também foram retidos pelos índios o vice Alceu Schneider (PMDB), o vereador Orlando Schwarchersk, o comandante do destacamento da PM na cidade, subtenente Leonel Zatycko, e o sargento Roberto Slabiski.
Eles só foram liberados com a garantia de que uma solução para o conflito de terras fosse apontada até este sábado.