Isabela Vieira , Agência Brasil
RIO - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, rebateu nesta quinta-feira, a queda de posição do Brasil no ranking do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), que avalia as taxas de mortalidade infantil, em crianças com até cinco anos, em 194 países.
Apesar dos dados da Unicef serem melhores que os apresentados pelo Ministério, Temporão disse que o Brasil poderia estar em uma posição melhor, se os índices do órgão tivessem sido utilizados.
- O Ministério da Saúde diverge dos dados da Unicef. Nós fizemos uma reunião com a Unicef, em que ela reconhece os dados do ministério como mais confiáveis - afirmou, durante a posse do novo presidente da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
De acordo com o relatório Situação Mundial da Infância 2009 divulgado nesta quinta-feira pela Unicef, a taxa de mortalidade infantil em crianças menores de cinco anos no Brasil era de 22 para cada mil nascidos vivos, em 2007. Já os dados do ministério, mostram que a taxa era de 23,1 para cada mil nascidos vivos, no mesmo ano.
Os dados da Unicef colocam o Brasil na 107ª posição em uma lista com 194 país. A posição poderia ser considerada um pouco pior que o 113º do ano passado, pois, quanto mais próximo da primeira colocação, pior a classificação do país.
- [Se fossem utilizados os dados do Ministério da Saúde] estaríamos melhor posicionados do que estamos no relatório que Unicef soltou - reforçou Temporão. Para ele, a pesquisa desconsidera o esforço do país para acabar com o problema, nos últimos 20 anos.
- Nos dados do Ministério, o que se percebe é uma redução sustentada e gradativa - disse. - Às vezes, o retrato de um determinado momento não mostra toda uma trajetória.
A Unicef garante que a mudança de posição do Brasil no ranking não significa nem melhora nem piora do país no combate a mortalidade infantil e argumenta que a metodologia utilizada nos relatórios pode variar ano a ano.