Portal Terra
SÃO PAULO - Trinta e seis pais e mães procuraram nesta sexta-feira funcionários do Departamento de Educação de Catanduva (SP), a 385 km da capital paulista, para denunciar que seus filhos teriam sido abusados pelo borracheiro J.B.N.M., 46 anos, preso na quinta-feira acusado de molestar oito crianças. A Polícia Civil agora apura denúncias de abusos em 47 crianças, de 5 a 14 anos.
O suspeito agiria nas portas das escolas do bairro Cidade Jardim, na periferia da cidade. A delegada substituta da Mulher de Catanduva, Rosana da Silva Vanni, disse que dificilmente se trata de uma histeria coletiva porque a informação proveniente do departamento é confiável. - Eu conheço a servidora de lá que me passou a informação e ela é séria e responsável - afirmou.
Segundo ela, os pais serão ouvidos a partir de segunda-feira para que as investigações contra o acusado sejam ampliadas. Até ontem, a investigação da polícia trabalhava com hipótese de que apenas as oito crianças teriam sido abusadas ou mantido contato com o suposto pedófilo. Cinco delas passaram por exames de corpo delito; um dos exames deu positivo e outros quatro ainda não tiveram os resultados confirmados.
O acusado responderá por atentado violento ao pudor e por expor crianças em fotos pornográficas. Ele negou ontem que tenha abusado das oito vítimas.
O borracheiro já responde inquérito por atentado violento ao pudor supostamente por ter abusado de um menino no estado de Pernambuco. De acordo com a delegada, ele atrairia as crianças na porta das escolas e, em troca, daria brinquedos e doces. Há relatos de que ele também teria consertado as bicicletas das vítimas ou as deixado jogando vídeogame em sua casa. O suspeito também prometia fazer pipas personalizadas com as fotos das crianças no papel.
As fotos alertaram duas mães de meninos de 10 e 11 anos que denunciaram o caso à polícia. Em uma blitz feita há um mês na casa do suspeito, a polícia apreendeu filmes pornográficos, fotos e desenhos das crianças nuas. - Depois disso, ele sumiu do bairro - disse a delegada.
Ontem, a Justiça concedeu prisão preventiva pedida pela polícia, que prendeu o acusado na casa da irmã, em outro bairro da cidade.