Idelina Jardim, JB Online
SÃO PAULO - O Ministério Público de SP investiga policiais envolvidos no caso Eloá
O Ministério Público Estadual de São Paulo está investigando os policiais militares que atuaram no sequestro que resultou na morte da adolescente Eloá Pimentel, de 15 anos, em outubro do ano passado no ABC paulista. Imagens da operação estão sendo analisadas pela equipe da perícia na intenção de identificar possíveis falhas da PM.
O inquérito foi montado com base nos fatos veiculados na época e autuação em flagrante do ex-namorado da jovem, Linderberg alves, 22, segundo o promotor de Justiça responsável pelo caso, José Roberto Jauar Julião.
- O relatório está sendo concluído pelo coronel Franco, encarregado do Comando do IPM ( Inquérito Policial Militar). Depois, ele passará para o sub comando e até o fim do mês este inquérito estará na promotoria comigo - disse o promotor Julião. - Minha atuação é específica para apurar a conduta dos policiais militares que registram a ocorrência.
Caso os policiais sejam denunciados, serão por, pelo menos, cinco crimes.Se forem culpados, dependendo dos delitos, os agentes podem ser exonerados da Polícia militar e pegar até 15 anos de prisão.
Memória
A estudante Eloá Pimentel, foi refém do ex-namorado, Linderberg alves, por 100 horas no apartamento que morava com a família - num conjunto habitacional na periferia de Santo André, no ABC paulista. O rapaz, inconformado com o fim do namoro, invadiu o apartamento no dia 13 de oububro de 2008. Ele chegou a manter quatro reféns, mas no mesmo dia libertou dois adolescentes que estavam no local. No dia seguinte, libertou a amiga Nayara. no entato, como parte das estratégias de negociação, a adolescente voltou ao apartamento na manhã do dia 16.
O sequestro terminou no dia 17 de outubro, quando o Grupo de Ações Táticas Especiais(Gate) explodiu a porta e deteve Lindemberg, após escutar um estrondo na casa. As amigas Nayara e Elóa deixaram o apartamento feridas por disparos feitos pela arma usada por Lindemberg. A morte cerebral de Eloá foi diagnosticada no fim da noite do dia 18.
Durante interrogatório no último dia 8 - no Fórum Criminal de Santo André, no ABC - feito pelo juiz José Carlos de França Carvalho Neto Lindemberg Alves preferiu o silêncio, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça. Após a audiência,o juiz Carvalho Neto pronunciou Lindemberg pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio, cárcere privado e disparo de arma de fogo. O promotor do caso, Antônio Nobre Folgado, informou que há hipótese de que, Lindemberg Alves, será julgado pela morte da ex-namorada Eloá Pimentel, apenas em 2010. - Não posso afirmar com certeza. Pois depende do julgamento de recurso apresentado pela defesa, o que deve ser visto com o relator. O Lindemberg foi autuado em todos os crimes que eu pedi - disse Folgado. Ao todo, foram cinco de acusação e seis de defesa. Também foram ouvidos três policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, que estiveram no fórum a pedido do juiz.