Agência Brasil
RIO - Para garantir que as peças tenham o mesmo tamanho em todas as lojas, a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest) criou a padronização de roupas: a partir de agora, peças de número 40, por exemplo, terão as mesmas medidas em todo o país. - Quem exige os padrões são os consumidores, que não agüentam mais ficar trocando de roupa - garante o presidente da Abravest, Roberto Chadad. - Saímos na frente. Agora, todos os setores também querem criar uma padronização - lembra.
Hoje, a entidade anunciou em São Paulo o cronograma das adaptações aos novos padrões pela indústria do vestuário: as primeiras peças a ter as novas especificações são as meias.
Nos meses de março e abril, as peças infantis serão adaptadas aos novos padrões. Depois, entre junho e julho, são as roupas do vestuário masculino. No final do ano, será a vez das roupas femininas.
- Agora que vamos aprender a confeccionar de acordo com um padrão, vai ficar mais fácil exportar roupas -acredita Chadad. Segundo ele, as fábricas poderão receber a encomenda de um país e atender melhor as expectativas: 'O cliente manda o molde e nós produzimos de acordo com o padrão de cada país'.
A estilista Cynthia Ribeiro alerta que a padronização não é tão simples para os profissionais da moda brasileira. - O Brasil possui uma enorme mistura de raças, que gerou diversos biotipos - explica. Segundo ela, a padronização vai gerar novos custos para a indústria: 'Todas as fábricas terão que gastar criando novos moldes'.
Para Cynthia, o maior desafio da padronização são os diversos biotipos existentes nas cinco regiões do Brasil. - Em cada lugar há um tipo diferente. O que poderia ser feito é criar uma padronização de acordo com o segmento, como jeans, malharia etc -ressalta.