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Gerente de fazenda confessa morte de índia em Mato Grosso

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Agência Brasil

CUIABÁ - Está preso desde terça-feira o autor dos disparos que matou a indígena Valmireide Zoromará, da etnia pareci, no município de Diamantino (MT). O gerente da Fazenda Boa Sorte, onde ocorreu o crime na última sexta-feira, confessou ser o autor dos tiros, segundo informações do delegado da Polícia Civil Daniel Lemos, responsável pelo caso.

De acordo com a investigação da polícia, a provável motivação dos disparos foi o uso, pelos índios parecis, que vivem a alguns quilômetros da fazenda, de uma barragem para pescar. Os indígenas alegam que a represa não é de propriedade da Fazenda Boa Sorte.

- Em princípio, a motivação desse homicídio seria o fato de os índios estarem já há algum tempo entrando na represa, local onde o proprietário da fazenda tem uma criação de peixes. Eles estavam entrando nessa represa para pescar - explica.

Na sexta-feira à noite, por volta das 22h30, cerca de 15 indígenas estavam na represa, quando o gerente da propriedade foi até o local. Ele alegou no depoimento que os índios começaram a atirar primeiro, e que por isso revidou com dois disparos de espingarda. Os tiros acertaram a índia, que morreu no local, e o seu marido, não-índio, que está hospitalizado. - Ele [o gerente] alega legítima defesa, dizendo que ao chegar no local, avistou vultos e logo em seguida recebeu disparos - explicou.

De acordo com o delegado, o crime provavelmente não foi motivado por disputa de terras. Ele conta que o local foi palco de disputas até o início da década de 90, mas desde então não há notícias de conflitos ou ameaças entre indígenas.