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SÃO PAULO - Por unanimidade, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça aprovou ontem o pedido de anistia política do ex-líder seringueiro Chico Mendes, assassinado em 1988. A viúva do ambientalista, Ilzamar Mendes, receberá uma indenização retroativa de R$ 337 mil, além de R$ 3 mil mensais.
Mendes era um homem à frente do seu tempo. Sua anistia é a afirmação do processo democrático no Brasil disse o ministro da Justiça, Tarso Genro, que, na tarde de ontem, estava em Rio Branco para implantar o programa Território de Paz. A anistia de Mendes foi concedida pela manhã, enquanto Genro participava da 17ª edição da Caravana da Anistia.
O julgamento realizado pela caravana concedeu anistia ao seringueiro por unanimidade.
Hoje, o Estado está pedindo desculpas pelo que fez com ele acrescentou o ministro. Chico Mendes foi importante para o Acre e para o Brasil.
O julgamento do processo do seringueiro faz parte de uma série de atividades realizadas em memória aos 20 anos de seu assassinato.
Foi um sujeito civilizatório que combateu a desigualdade, a violência e a impunidade completou Genro.
O ambientalista foi assassinado na porta de sua casa, em dezembro de 1988, por lutar pela preservação da Amazônia. Ele nasceu em Xapuri (AC), em 1944. Em dezembro de 1990, a Justiça condenou a 19 anos de prisão os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves da Silva pela morte do ambientalista.
O governador do Acre, Binho Marques (PT), também comemorou a decisão.
Hoje não é um dia qualquer observou. A anistia de Chico Mendes faz do Brasil um país mais importante, atento à questão dos direitos humanos. (Com agências)