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SÃO PAULO - O juiz Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, afirmou que é constrangedor ter de prestar esclarecimentos à Polícia Federal, que investiga a utilização de grampos ilegais durante a Operação Satiagraha. O juiz chegou por volta das 10h ao tribunal Regional Federal da 3ª Região para ser ouvido.
Sanctis é o responsável pela denúncia contra o banqueiro Daniel Dantas por tentativa de suborno de um delegado da Polícia Federal durante a Operação Satiagraha, em que foram presos, além de Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Na semana passada, a desembargadora Suzana Camargo, vice-presidente do TRF-SP também foi ouvida pela Polícia Federal e teria confirmado, em seu depoimento, ter ouvido de De Sanctis o relato sobre conversas reservadas interceptadas dentro do gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Em agosto, De Sanctis foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas Clandestinas da Câmara dos Deputados e negou ter autorizado as escutas telefônicas no gabinete de Mendes.
Os grampos feitos durante a Operação Satiagraha teriam tido a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Entre os alvos das escutas estariam senadores, deputados e autoridades da Justiça. Um dos telefonemas monitorados seria entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).